💭 Como mente criativa, eu sei que ser adaptável é a chave de tudo.
Uma das mensagens que mais tenho recebido é: “Nina, como fica o trabalho dos UI/UX Designers com o avanço das inteligências artificiais?”. Não tem uma resposta certa e única, mas essa semana eu esbarrei com reflexões e materiais bem interessantes e vim compartilhar com vocês!
Don Norman, considerado por muitos o “pai do UX”, contou o que ele acha que vai acontecer com a chegada das IAs no vídeo a seguir:
Como o vídeo é em inglês, segue os pontos que eu considero principais da transcrição:
"A IA é - não se esqueça da palavra "A" - "Artificial". Não é inteligente. Faz uma correspondência de padrões, mas na verdade não tem nenhum entendimento profundo. Mas pode fazer coisas maravilhosas!
Eu tentei usá-lo pois não sou bom fazendo esboços e funciona razoavelmente bem, mas eu tenho de dizer: “Aqui está uma foto que eu quero” e depois olhar para ela e dizer “Uh! Não é isso que eu quero”. Ou seja, eu tenho que descobrir uma maneira de descrever o que eu quero e depois ficar indo e voltando, iterando.E assim, é muito mais uma colaboração! Hoje somos auxiliados por programas de computador que fazem tudo se encaixar, que conseguem, por exemplo, nos dar o custo para produzir algo. Se for algo mecânico, ele faz a análise de tensão e nos diz se é forte o suficiente, se vai funcionar. Isso simplesmente torna seu trabalho mais poderoso!
É uma colaboração, porque pensamos na ideia e depois temos que julgar se o resultado corresponde ao que pensamos. E às vezes (e isso é ótimo sobre a colaboração), ela produz algo tão esquisito e estranho que nos sentamos, olhamos e dizemos: “Nossa! Eu nunca teria pensado nisso. Talvez essa seja uma direção realmente importante a seguir!” E então você pode passar mais alguns dias o moldando.
Ou seja, vamos ter que aprender a pensar e projetar de uma maneira muito diferente. Mas isso tem acontecido com todos os avanços da tecnologia ao longo dos tempos. Cada vez que uma nova tecnologia chega, ela muda a maneira como nos comportamos. E na maioria das vezes de forma positiva, mas demora um pouco para a gente se acostumar."
🤔 E sobre criar interfaces através de prompts de texto?
As prompts são as frases que escrevemos para a IA nos fornecer um resultado e tenho recebido muitas perguntas sobre a possível “extinção” do trabalho dos UI Designers. Vamos lá: uma IA pode sim tentar produzir um trabalho de interface digital se o solicitarmos, mas a verdade é que, embora as saídas possam ter bons princípios de UX (visto que que são baseadas em imagens existentes), é uma roleta russa.
As IAs DALL-E e Midjourney são conhecidas como “text-to-image (T2I) AI”, ou seja, IAs de conversão de texto em imagem e como o próprio nome diz, podem criar imagens a partir de palavras. Mas elas devem ser usadas como forma de inspiração, de ajuda no processo criativo e não simplesmente seguir à risca o que foi “cuspido” em segundos. Nosso trabalho é muito mais do que projetar telinhas bonitas.
Ao mesmo tempo, surge uma nova startup chamada Galileo AI focada 100% em criar interfaces a partir de prompts. Como ela própria diz: “Treinada com milhares de designs excepcionais, Galileo AI transforma prompts de linguagem natural em designs de alta fidelidade”, ou seja, uma promessa de uma IA treinada com interfaces com bons princípios visuais. Eu enxergo essa como uma oportunidade de uma ajuda no processo criativo, e você? Ainda mais que já gera um arquivo direto pro Figma rs.
Solicitei early-access ao produto para poder testar e oficialmente dar minha opinião sobre ele. Mas sim, eu entendo, a gente se sente inseguro e se questiona sobre o futuro das profissões. O que podemos fazer quanto a isso?
Como dito pelo Nako, diretor de design na Meta: “Acho que a dica maior, além de explorar com curiosidade todos esses novos produtos, é investir em áreas como pensamento crítico e lógica. Diria que designer focado em aprender ferramenta de execução está a perigo.”
✍️ Nina, e UX Writing?
Quanto a isso, quero deixar uma frase de um post do Diogo Cortiz, PhD e cientista cognitivo: "Muita gente pode estar se perguntando: vale a pena estudar escrita na era do ChatGPT e IAs generativas?! Mas é claro que sim. A IA pode até expressar o que peço, mas não o que sinto."
Um post bem interessante que eu vi no Instagram da Section Four foi do uso do ChatGPT para criar slogans pra marcas icônicas! A conclusão que a maioria das pessoas teve foi: o ChatGPT é poderoso, mas simplesmente não consegue captar aquele elemento humano de um grande slogan. Mas concorda comigo que é incrível para brainstorm?
🤓 Minhas abas da semana
- Repositório de IAs. Conheci recentemente o Futurepedia, um site que é atualizado diariamente com novas plataformas que usam IA. Sei que pode causar FOMO (fear of missing out), mas achei interessante por conseguir explorar e ter ideia do que está sendo pensado e criado.
- Newsletter de realidade aumentada. AR para Criativos é uma newsletter da Nicole Rachid, Motion Designer na Nubank que eu tenho amado demais! Fica a dica.
- A verdade sobre a IA ser "criativa" (em inglês). Vídeo bem interessante do Marques Brownlee sobre sua crença de que IAs não não capazes de substituir criadores de conteúdo por não terem capacidade de imaginar e serem criativas, mas claramente de serem ferramentas incríveis!
- “A IA não pode matar nada que valha a pena preservar” (em inglês). Reflexão interessante do Austin Kleon, autor dos livros “Roube como um artista”, “Mostre o seu trabalho” e “Siga em frente".
Para você que ainda não me conhece: prazer, Nina! 👋 Sou mentora de Design na Apple Developer Academy, TEDx speaker, 5x vencedora do Scholarship da Apple e sou apaixonada por compartilhar tudo que me inspira e me empolga na galáxia! 🪐
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Que demaaais, parabéns pela news, Nina! Animada para as próximas já 😍
a primeira de muitas ♡